terça-feira, 24 de maio de 2011

NorthWest 200: Carreira em edição atribulada.


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Realizando-se desde 1929, a NorthWest 200, na Irlanda do Norte, é a segunda mais famosa das corridas de “road racing”, logo a seguir ao TT da Ilha de Man, que se disputa daqui a duas semanas.
Num traçado de 14 km entre as cidades costeiras de Portrush, Port Stewart e Coleraine, grelhas de 60 pilotos enfrentam zonas citadinas plenas de postes, tampas de esgoto, passadeiras, lancis de passeios e muros à beira da pista, e estradas rurais onde se superam os 300 km/hora…

Em preparação para a Ilha de Man, onde vai alinhar integrado na estrutura da formação irlandesa da CD Racing, Luís Carreira tornou-se no primeiro piloto português a alinhar na NW200, e a MOTOCICLISMO marcou presença.
O programa do dia reservado às corridas, o Sábado, constava de cinco corridas, duas de Supersport, duas de Superbike e uma de Superstock, todas com seis voltas, ou seja, cerca de 90 km, sendo que a maioria dos pilotos participa em todas.

Não seria o caso de Luís Carreira, pois, como “newcomer” (estreante), a organização apenas permitia que tomasse parte em três corridas, e a decisão sobre quais iria escolher durou até ao último dia, acabando por decidir-se pelas duas de Supersport e uma de SBK (com uma moto de preparação Stock).
Na “seiscentos”, o nosso Campeão Nacional dispunha de uma Yamaha R6, e nas SBK/Stock de uma Kawasaki ZX-10R, preparada pela MSS Kawasaki (equipa oficial da marca no campeonato britânico) e entregue à gestão da CD Racing, do ex-piloto Chris Dowd.

Com grelhas de mais de sessenta pilotos (64 inscritos em Supersport), Luís Carreira teve uma grande prestação, sendo melhor estreante nas 600 com o 14º lugar da grelha, após ter rodado nos 10 primeiros na primeira sessão de treinos (os treinos são na terça e na quinta, de modo a permitir que os habitantes locais não tenham as suas ruas fechadas ao trânsito mais de 8 horas seguidas).
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Após uma semana de chuva alternando com sol, e treinos feitos com piso seco, o Sábado das corridas amanheceu cinzento, frio e chuvoso, e assim permaneceu. Foi este o cenário para a corrida que abriu o programa, a 1ª de Supersport, às 11h00. A animação foi uma constante, e a luta entre Alastair Seeley e Cameron Donald durou até aos últimos instantes. Mais atrás, Luís Carreira começaria por rodar entre os 10 primeiros, estabilizando depois no 11º posto, onde terminaria. Mais seguro da moto e do traçado, a segunda corrida seria, certamente, ainda melhor para o piloto português. Mas…. Não se realizou mais nenhuma!

Por volta das 12h00, quando deveria ter lugar a 1ª corrida de SBK, foi anunciado que o paddock deveria ser evacuado, devido a um “objecto suspeito” que teria de ser investigado. Estamos na Irlanda do Norte, e a situação estava tensa devido à visita da Rainha Isabel e Dublin nos dias anteriores. Na mesma manhã, rebentara um engenho explosivo em Londonderry, e o código dado no telefonema era o mesmo. Mais de duas horas depois, a polícia deu a situação como normalizada.

Continuava a chover, e quando já deveríamos estar quase no arranque da última corrida, ainda se corriam as voltas de reconhecimento para a segunda do dia… Dada a largada, durou apenas pouco mais de uma volta até à Kawasaki de Ryan Farquhar partir o motor, espalhando óleo durante quase 2 km, num traçado citadino e ensopado. A lavagem da zona prosseguiu toda a tarde, sem resultado, e às 17h15 foi anunciado o cancelamento de todas as corridas.

Era o fim da primeira viagem da MOTOCICLISMO, à NorthWest 200, a edição que muitos espectadores “veteranos” classificaram como a pior de que se lembravam nos últimos 20 anos… Valeu pela corrida do Luís Carreira. E agora, venha o TT!
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Texto : Luis Carlos Sousa
Fotos : Motociclismo.pt 

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