terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Dakar 2011: O que os portugueses sentiram


Paulo Gonçalves

A comitiva nacional continua em força após a realização da segunda etapa do Dakar Argentina-Chile 2011. Num dia em que a caravana seguiu em direcção ao Norte do país por estradas estreitas e trilhos rápidos, os pilotos portugueses encontraram no muito pó o seu maior inimigo.

O primeiro português que aparece na classificação geral continua a ser Ruben Faria. O companheiro de equipa de Cyril Després sentiu algumas dificuldades no início da etapa de ontem, não conseguindo superar o nervosismo por ter de acompanhar o ritmo do francês, ao mesmo tempo que queria evitar cometer erros que comprometessem a sua prova. Acabou por recuperar e terminou como o quinto mais rápido da 2ª etapa, descendo na classificação geral para o terceiro posto mas mantendo a táctica escolhida

“Entrei na especial um pouco nervoso, logo atrás do Cyril e sem querer cometer erros ao mesmo tempo que queria manter um bom ritmo. Atrasei-me um pouco mas depois voltei a acertar com a corrida e comecei a recuperar. A segunda metade correu bem melhor, mantive um bom ritmo e ataquei mesmo para recuperar o tempo perdido logo pela manhã. Em termos tácticos continuamos a manter firme a nossa opção e amanhã vou partir novamente perto do Cyril. Ele voltou a vencer e isso é muito importante para nós, o meu resultado logo se vê, mas quero continuar a lutar pelas primeiras posições.”

O segundo piloto português melhor classificado continua a ser Paulo Gonçalves, aos comandos da sua BMW G 450RR. A estratégia mantém-se inalterada apesar da moto estar a corresponder aos desejos do piloto, e a palavra de ordem é não arriscar para não ter surpresas desagradáveis como na última edição da prova

“Esta etapa foi muito rápida, sempre a fundo! A velocidade era tanta que tive de ser prudente devido ao imenso pó. O objectivo está a ser cumprido de forma moderada e a BMW G 450RR está ao mais alto nível”, afirmou Paulo Gonçalves à chegada a San Miguel de Tucuman, onde conseguiu o oitavo melhor tempo na etapa, mantendo o quinto posto na geral.


A aumentar o ritmo competitivo, ainda que se mantenha fora do “Top 10”, encontra-se outra das grandes esperanças portuguesas neste Dakar 2011. Hélder Rodrigues (11º na geral) não teve uma segunda etapa fácil pois teve de partir atrás dos seus mais directos adversários e isso comprometeu a sua prestação. Mais uma vez o muito pó que pairava no ar acabou por obrigar a abrandar o ritmo mas, a moral continua em alta pois Hélder sabe que as principais etapas de navegação no deserto, um dos seus pontos fortes, ainda estão para chegar e é aí que pretende recuperar terreno

“A etapa correu-me bem, mas como saí atrás foi muito complicado ultrapassar e avançar mais no terreno. Para já ainda andamos em pistas rápidas e estreitas e com os pisos secos o pó acabou por se transformar no meu principal inimigo. Fui obrigado a andar com toda a cautela, pois sem visibilidade o perigo é grande. No final até passei alguns pilotos, nomeadamente o colega de equipa Jordi Viladoms. Estou à espera das grandes pistas do deserto e da navegação, pois esse é o ambiente onde posso fazer a diferença e recuperar o atraso.”

Na 33ª posição na geral encontra-se Bianchi Prata. O piloto não quis “arriscar nada. Os percursos são muito fechados tornando a visualização muito complicada e consequentemente perigosa.”

Os homens da Dakarteck também sentiram as já mencionadas dificuldades com o pó, mas levaram a “água ao seu moinho”, permanecendo calculistas na acção. Pedro Oliveira subiu sete lugares na pauta classificativa, para 34.º, enquanto os estreantes Fausto Mota e Rui Oliveira avançam em “formação ordenada” e instalados na primeira metade da classificação geral. Pelo meio destes pilotos encontra-se ainda João Rosa que, no meio da etapa, teve de parar para ajudar um outro piloto e isso fez perder tempo precioso quando sentia que podia ter feito muito melhor                                                                                  

“Hoje podia ter feito muito melhor. Tive de parar por duas vezes para ajudar o Joan Barreda que caiu e é um amigo, apesar de estarmos a competir, o espírito de ajuda não deixa de ser indispensável.” João Rosa segue na 47ª posição da geral.

A terceira etapa que se realiza hoje, vai levar a comitiva desde San Miguel de Tucuman até San Salvador de Jujuy, com 231 quilómetros de ligação e uma generosa especial de 521 quilómetros dividida em dois sectores que, servirá para preparar a chegada ao deserto.(Motociclismo)

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